sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Carta ao Sertão
(Marisa Vieira)

Um povo que luta
força bruta
não menos
que os recursos de seu País
que os trata como povo feliz
sabendo e explorando
sua carência infeliz

aguardo a "profecia"
de um dia virar mar
enquanto isso,
o sonho, a utopia
de um Brasil vir a amar-te
sem mais,
amada Pátria que o pariu!
Seu som
(Marisa Vieira)


maravilhosa
palavra dita
ao seu tempo
agradável ao ouvidos

assim como
deliciosa é
a sensação
de ouví-lo cantar

letras que se
misturam à sua voz
como uma grande festa,
encantam anjos

querubins
que se põem a bailar
música para
alma celebrar

Amor sem limites


Acordei e pensei
não me acostumo
com tal realidade
ver, sentir sua verdade
um sonho
uma vida
estamos
por um triz


nos olhos
uma lágrima
molha o rosto
de quem te diz
ao longe
no horizonte vejo
céu beijar o mar
encontro de gigantes
natureza
a gritar
não há limites
para amar!

(Marisa Vieira)

(Primavera/07)

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Anseio
(Marisa Vieira)
Hoje o mar está agitado
A fúria das ondas
Parece chamar seu nome
Deixa nas pedras seu apetite

A brisa calma e fresca
Brinca com meus cabelos
Acaricia minha face
Traz leveza à alma

Um manto azul brilhante
Paira sobre o mar
Diz-me que esse
Tempo há de passar

Ouço o barulho das ondas
Ouço, sobretudo
Meu coração por ti clamar
Não se demore!

Hoje o mar está agitado
Preciso acalmar
Meu coração
Em seus braços.


(07 de agosto de 2007)

[Poema da série "Saudade" - IV]

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Desejo em pedra

A estátua
da Liberdade
parece ter
olhos fechados

Redentor
braços abertos
infelicidade
da mulher de Ló

ao desejar
o que ficou
em sal
se transformou

o mar
ainda hoje
me faz
lembrar
suas lágrimas

(Poesia de Marisa Vieira, distribuição dos versos por Cláudia Gonçalves)

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Sentença
(Marisa Vieira)



Traz em seu cântaro
água cristalina
de amor
esperança
a alma transborda
pacientemente
aguarda o dia da sua
redenção!

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Luar
(Marisa Vieira)

Lua crescente
boca do céu a sorrir,
lábios que iluminam
os amantes

enche-te para depois
minguar
um novo ciclo
completo

astro
dos lúdicos poetas
volta a se
renovar!

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Adeus II
(Marisa Vieira)
Hoje renuncio tudo
Que passei com você
Renuncio tudo
Que vivi por você

Alegrias, gozo, tristeza...
Hoje declaro que renuncio
Os beijos que te dei,
Todas as vezes que te amei

Frases que falei, pensei
E até quando me calei.
Sim, hoje venho aqui renunciar
E aproveito para anunciar

Que nunca deixei de te amar
A esse sentimento
também quero declarar:
Basta!

jan08

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Fuga
(Marisa Vieira)

Quando souber
O que aconteceu
Por favor não me diga nada
Algo em mim desconfia

Que parte de tudo isso
Não faz mais sentido
O que sinto
Nesse momento

Não é de mentira
Não é verdade
Não é ilusão
Simplesmente não existe!

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Interrogação
(Marisa Vieira)

Seu olhar
Explica algo
Não entendo
Seu riso
Perturba meu
Pensamento...

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Saudade II
(Marisa Vieira)

Uma saudade
Intensa
Sem endereço
É o que está em mim agora

Na verdade
Seu lar sou eu,
É minh'alma
Estamos sem destinatário

Duas presenças
Invadem -me
Uma sou eu, outra
É essa tal saudade

Ambas se misturam
Mas não se diferem
Ambas são amantes
Daquelas que ferem

Sei ferir também
Sei causar saudade
Mas ainda não aprendi
Matá-la


Talvez você me ensine
Ouvi dizer que
É mestre
Nesse tipo de crime!







[Poema da série "Saudade" - II]

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Luxúria

Meu
pecado
não
desejar
beber
seu
vinho
ainda
assim
embriagar-me
em
suas
vinhas...

(Marisa Vieira)



Fato




Palavras
soltas
rimas
desencontradas
lágrimas
contidas
esperança
revelada
um dia...
Poesia
e mais nada!

(Marisa Vieira)

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Cidade ópio
(Marisa Vieira)


Descia a ladeira
Com peito aberto
Riso largo
Vez ou outra
Pedia mais um trago

Ah! Isso entorpece a gente...

Um olhar desaprovador vinha da janela
Pude ouvir a voz rouca: "esses jovens imorais"!
Você prendia o riso
Eu soltava a fumaça
Mais beijos em plena praça

Ah! Isso entorpece a gente...

Gosto dessa cidade,
Portas e janelas com cores vibrantes
Rosa, azul, verde, amarelo.
Nesse chão, pés descalços, nada de chinelos.

Ruas tão estreitas
Que parecem diminuir seus habitantes
Ora alegres e saltitantes
Ora vingativos e maledicentes...

Banhos de cachoeira
Sensação de liberdade
Lembro-me que disse ser toda cidade
Sua casa... Mas não me recordo se falou em lar...
Gargalhadas e mais um trago

Ah! Isso entorpece a gente...

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Medo
(Marisa Vieira)


Medo
Assusta-me não sentir
Por vezes finjo não temer
Saber o que irá acontecer
Nada de novo
Debaixo do sol
Dizia o sábio rei Salomão
Em nossos lençóis
Digo eu, pura ilusão
Isso também
Já não é novidade!
De perto



Bem de perto...

...Perto do seu coração
Há um pulsar
Que vibra em sintonia

Com a mais poderosa
E vital arma:
O amor fraterno,
Que não se perdura na eternidade
Mas que por ele esmero...
Ando por entre tantas ruas
Tantas esquinas a dobrar
Quem sabe a gente pode se topar
Num dia em que a vida esteja distraída...
De todos os desejos que tenho
Só um me alegra,
o que mais quero
Entre tanta gente, tanto sonho
Ter você
tudo que espero.


(Marisa Vieira / Cáh Morandi)